18 novembro 2009

A Arte da Feiúra e da Injustiça

Sou um jogador razoável do futebol do Playstation (são tantas variações de jogos, PES, WE, Bomba Patch, que prefiro me referir a eles somente como “futebol do Play 2”). Não, razoável não. É mentira, falei aquilo por falsa modéstia. Eu jogo bem. Por um bom tempo eu fui o melhor da galera aqui. O problema é que eu não ganho uma partida. Chuto, chuto e a bola não entra, para que no finalzinho o adversário faça um gol descarado e ganhe o jogo. O futebol é o esporte da injustiça (com boas exceções, é claro). E nestas horas o leitor já deve estar se perguntando: “outro texto sobre futebol?”. Não. Eu abro com esse preâmbulo somente para dizer que dia desses fui numa apresentação de um concurso de música erudita e achei injusto o resultado.



É importante dizer logo que, como Charles Lamb, “não tenho ouvido”. Meu comentário é o de um leigo no assunto. Mas de um leigo que já ouviu Schoenberg e Thelonious Monk, que, para quem não conhece, são músicos revolucionários. Bem, como leigo, não posso dizer que gosto de nenhum dos dois. Até entendo, mas não gosto. É que a música, para mim, sempre foi, antes de tudo, a arte de se apreciar antes de se entender. Penso que nas outras artes a apreciação depende muito mais da compreensão, e que é por isso que a música tem um apelo popular maior. A compreensão depende de estudo e/ou familiarização, o que não é acessível a todos. Só pela música eu posso vibrar com a Dreigroschenoper, de Brecht e Weill, que deve ser encenada e é em alemão, e foi o que eu ouvi de melhor esse ano, mesmo sem ver nem entender bulhufas.
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Agora veja, a novidade é a música a ser compreendida em vez de apreciada. Fui ao concurso e me decepcionei. Eram quatro músicas curtas. Duas, digamos, mais tradicionais, e duas, hum... Estranhas. As “estranhas” ganharam o prêmio e a menção honrosa. Achei absurdo. Como as músicas legais podem perder? Um dos autores, meu amigo, falou que é porque simplesmente eram melhores. Tinham uma proposta melhor e eram mais bem feitas. Isso complicou tudo. O perdedor devia ficar irritado, assim como eu fico no Playstation.
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Esta tendência vanguardista do século XX está acabando com tudo. Devemos sair do lugar, sim, mas sem exageros que atrapalhem a apreciação. Por isso concordo com o intelectual conservador inglês, Paul Johnson, quando ele diz: que “O que me provoca reflexões sombrias é a lembrança de todo o desperdício produzido pelo modernismo. Perdemos duas gerações – meio-século- na busca pela feiúra. Talentos da pintura, desenho e escultura se perderam”. Penso que se a maioria pensasse assim não seríamos obrigados a engolir bobagens como o concretismo, as pinturas minimalistas, o teatro do oprimido, a arte conceitual, o cinema experimental, o nouveau roman, que na imensa maioria das vezes (sugestões do contrário são bem vindas) não diz/mostra nada e esquece de dialogar com a público e a tradição. É consenso que não há vanguarda sem tradição. E é por isso que eu não acredito numa obra baseada principalmente em proposta. Não sou um ofensor da vanguarda. Adoro o teatro do absurdo, a poesia de Eliot, Miró, Guimarães Rosa, Sophie Calle, que são obras diferentes do que viera antes, às vezes até difíceis, mas antes de tudo, apreciáveis.
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Acredito que a criação artística não seja somente para gênios, que nem todos devem querer inventar a roda. Parafraseando Jonas Lopes, tem tanta gente querendo reinventar a literatura, que vanguarda daqui a uns dias vai ser escrever tradicionalmente. Não ser para gênios também não quer dizer que seja para qualquer um. Há de se ter, senão talento, ao menos certa intuição para a coisa. A arte não é democrática; nem todo mundo nasce James Joyce. A natureza também não é. Parece injusto, mas veja o futebol; eu não sei por que diabos é mais fácil alguém aceitar que não nasceu pra jogar bola que aceitar que não nasceu pra artista. Não que isso impeça que qualquer um bata seu baba, assim como qualquer pode escrever, desenhar, tocar violão... Mas inventar a bicicleta é só pra um Leônidas. Nós, Tolos, jogamos nossa bolinha, mas eu mesmo, por exemplo, devo ter nascido mais para jogador de futebol do Playstation. Pena que meu controle só fica travando...
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Paulo Raviere.

39 comentários:

  1. Ha Ha Ha. Adorei o desfecho do texto, bem tua cara Paulinho.
    Gostei muito da parte "Perdemos duas gerações – meio-século- na busca pela feiúra."!!!Legal.
    Mas, qual é a crítica de fato ao Teatro do Oprimido?

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  2. Antes, um esclarecimento: eu jogo bola que só a porra, só falo que nasci mais pro futebol do play 2 porque não adianta só saber jogar, tem que ter o joelho bom...

    O teatro do oprimido, assim como as outras "coisas" mencionadas, só existe em proposta. Não produziu nada tão importante. Talvez nessa lista se salve o Nouveau Roman, mas essa proposta de dissolução do romance definhou a literatura francesa. É só você procurar um grande romancista francês cuja formação ou auge começou nesse período. Agora compare com os escritores de língua inglesa ou espanhola nessa época ou com a literatura francesa de antes disso...

    Bem, deve existir exceções de grandes obras inseridas nesses grupos, por isso que eu pedi sugestões do contrário. Mas eu não achei.

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  3. Boa alusão ao grande clássico Olindio no fim do texto. Sempre bem vindos mesmo. É que nem a citação de Borges que você fez sem dizer que era dele, conversar com esse povo traz boas sugestões.

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  4. Como Reconhecer o Pós-Moderno:

    "Se de modo algum você consegue definir se o quadro está de cabeça pra baixo ou não - é pintura pós-moderna.

    Se você vê, vira e revira, e o sentido está no revirar e no não-dito - é poesia pós-moderna.

    Se você tem de segurar a tampa enquanto faz pipi no vaso, é design pós-moderno.

    Se você devolve ao bombeiro hidráulico pensando que é uma ferramenta esquecida, e depois descobre que é um presente do seu gatão - é escultura pós-moderna.

    Se chove dentro - é arquitetura pós-moderna.

    Se você fracassa porque buscava exatamente a antivitória - é filosofia pós-moderna.

    Se você pratica o homossexualismo não por formação ou destinação biológica, mas por experimentalismo sadomasoco-niilista - você é uma boneca pós-moderna e muito da louca, bicho!"

    - Millôr Fernandes

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  5. O texto do Millôr é ótimo.

    O texto do Paulo também. Quando da divulgação do resultado do concurso de música erudita à qual Paulo se referiu, eu pensei - e acho que os outros também pensaram - que haviam lido o resultado de baixo pra cima! - era música pós-moderna.

    E Paulo perde no videogame porque (ou quando) tem estratégias de jogo inferiores às do adversário. Ou seja, é outra situação.

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  6. Falando em Borges, ele fez um livro com Bioy Casares sobre a arte moderna que me lembra esse texto de Millôr. Crônicas de Bustus Domecq. Tem um caso mesmo do pintor de paisagens que, antes de expor, cobre todas as suas pinturas com tinta preta. Vale uma olhada.

    Julião, ontem fui num ensaio de percussão de uma música de Laio. Você precisava ver a naturalidade dos caras para tocar "moeda atravessando um saco plástico e caindo dentro de um copo" (isso é o nome do instrumento). E o pior é que a musica era até boa.

    Minha estratégia de jogo é chutar pro gol. A dos outros é ficar olhando a bola bater na trave muitas vezes, até eu ficar irritado o bastante pra eles pegarem um contra-ataque e fazer o gol. Tenho que concordar que a minha é inferior, mas estou aperfeiçoando. Estou treinando chutes em que a bola bate na trave e entra. Hehehehehe.

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  7. eu me recuso a citar Kant.
    mas o gosto tem que ser levado em conta, como bons tolos que somos devemos saber baixar a cabeça para as academias.
    (essas porcarias burocratizando aprendizado)
    no caso das artisticas, a institucionalização definidora e julgadora dos gostos artisticos.
    me lembro de minha professora de literatura, maldizendo o classico brasileiro, Monteiro Lobato, este que fez criticas severas aos modernistas de vanguarda brasileiros, ele tinha que baixar a cabeça. (até hoje nao acho bonito o quadro de tarcila do Amaral com o pé gigante) apesar de eu achar feio alguns atos artisticos vanguardistas, assino em baixo da ideia de que o belo pode ser lido como feio e vice-versa. o proprio paulo me mostrou muita coisa feia que ele julgou genial, (trufô é uma bosta) (tróia é legal) (aí a bosta ganha do legal).
    enfim, me recluso em minha propria insignificancia, admirando apenas meu proprio umbigo(que é lindo) e confessando que existe expressoes que sao feitas pra eu achar feias. é a porra do efeito estetico, fazer o q.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Bem, também como leiga, e pior, uma leiga que quase nunca ouviu Schoenberg, penso diferente.
    Só pq vc compreende outras artes melhor do que esse tipo de música, não quer dizer que a música seja para apreciar antes de entender e as demais dependem mais da compreensão.
    Talvez se não compreendesse o teatro do absurdo e Sophie Calle teria o mesmo pensamente que tem sobre a música "feia", talvez não apreciasse.
    ...

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  10. Cabelo, eu falo é dos exageros. Não sou um ofensor das vanguardas, já disse. O feio que eu falo aqui se refere principalmente a coisas que não dão pra descer mesmo. Godard, que consegue ser bem chato, ainda é melhor que aquele curta criado dentro do "Como fazer um curta experimental, cult etc...", não?

    Micaela, eu garanto que qualquer leigo em pintura vai apreciar mais uma tela de Monet (que era vanguardista em sua época) que um quadro em branco da pintura minimalista, ou que um leigo em poesia vai gostar mais de Quintana que de um poema concretista que fica mexendo duas letras. Pode pesquisar. O que eu critico é essa apreciação forçada. Tem gente que diz que gosta mais do Branco sobre o branco ou dos poemetos de duas letras; eu não acredito nelas. Duvido eu que iria gostar dessas músicas feias se entendesse do assunto, e duvido que alguém goste delas simplesmente por gostar, ignorando a compreensão por trás. As obras são mais importantes que os manifestos. Isso não quer dizer que qualquer obra pode ser apreciada sem preparo, mas sim que, para algumas "obras", duvido que haja preparo suficiente para fazer alguém amá-las. O que é diferente duma vanguarda mais, digamos, comedida.



    P.S. Sophie Calle é um sucesso! Não creio que todo mundo ali era estudioso de arte, mas nunca vi o mam tão lotado nas vezes que eu fui. Gente de todo jeito. Você foi?

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  11. Não sei se posso duvidar de quem diz gostar seja lá do que for. É que eu namoro alguém que gosta mesmo daquelas músicas feias... Muito além da compreensão, ele acha bonito mesmo!
    Não se seria apenas uma questão de gosto, ainda não sei o que levaria uma pessoa a gostar de uma arte "feia", esta arte pode ter sido pareada com algum estímulo realmente apetitivo...rsrs. Bem, não sei. Pode ser uma discussão para termos depois.

    P.S.: Claro que vi, é realmente um sucesso. Sonhei com aquela maldita carta, rs.

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  12. Realmente tem gosto pra tudo, mas não estamos falando de exceções. E eu duvido do seu namorado. Duvido mesmo. O debate rende.

    P.S. E você nem é especialista em arte. Viu?

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  13. Paulo, você já leu algo sobre augusto Boal? Criador do teatro do oprimido, onde retrata através da arte as injustiças sociais e desperta nas pessoas a capacidade de resolver os problemas como se fossem atores no momento do espetáculo. Pois tente assistir esse tipo de arte e veja como é fantástico.

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  14. Na verdade eu ia falar do teatro de interação com o público, e o Mofino me sugeriu o teatro do oprimido. Fui pesquisar e confirmei no texto.

    Certamente a intenção é boa; não nego os possíveis benefícios do teatro do oprimido. Mas a arte não é feita de boas intenções. Sujeitos detestáveis como Céline e Wagner são grandes artistas. Na verdade, sobra boas intenções no limbo da arte.

    Eu só preciso que alguém me diga quais são as grandes obras produzidas por esses grupos. De boa, me diz que eu vou atrás pra ver o que é que acho. (E por favor, não falem de Perec).

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  15. Lobato é genial mesmo. Se tivesse nascido uns dois mil anos antes, certamente a história do sítio do pica-pau-amarelo estaria nas escrituras sagradas.

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  16. Eu só conheço Thaicovisky e Catatau. Também ja comi salame com Belchior!

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  17. Esse Blog ficou notadamente mais bonito agora, parabéns ao desenhista! Eu não sei escrever desainer.

    Ah! O banner da pagina inicial esta louco e eu só vejo uma foto do Mofino!

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  18. Ficou muito bom o blog assim. Tá até parecendo sério, hehehe.

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  19. Eu tinha uma piadinha pra fazer com Lobato, mas esqueci. Tchaikovsky eu que mostrei pra Marcelo. Pra ele dirigir mais tranquilo.

    O Mofino é um ególatra, mas a foto das jogadoras de futebol o convenceu a mudar.

    O blog não é sério, Cacá, mas sim nossas cachaçadas...

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  20. O texto está ótimo, Paulo. A discussão rende. Feito vc, nada tenho contra as vanguardas, mas o teatro do oprimido mostra-se mais como um ato político de tendência esquerdizante. Arte não é panfletagem. Agora gostar do que é feio... Se alguém disser que beleza é relativa toma um chute nas partes tenras!

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  21. beleza eh relativa! e voce que venha chutar alguma porra aqui!

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  22. Hehehehehehe. Diz o Mofino que os padrões de beleza podem até variar, mas os da feiúra são universais.

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  23. Por exemplo: todo cu é feio, mas eu chuparia sem pressa um cu de uma mulher bonita...

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  24. Eu pensava que os gregos ou egípcios que tinham inventado a bicicleta. rsrsrs

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  25. Leônidas é um nome bem grego ein?

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  26. kkkkkkkkkkkkkkk

    Leônidas da Silva? Não.

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  27. Espartanos, esta noite cearemos em Plutão!

    como não ganhou uma copa um homem desse?

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  28. Pow, esse tópico ficou interessante e legal. Dei até um voto!
    Os comentários é que fizeram todo o trabalho, ficaram mais interessantes, divertidos e atraentes do que o texto. O senso de humor do Paulo está em muito boa forma, o corre logo atrás do meu próprio.

    Sem humor desta vez, só pra explicar para quem não compreendeu: bicicleta é um transporte de tração humana que trafega sobre duas rodas. Mas bicicleta é também como foi apelidado a jogada mais ousada em futebol, a saber, lançar o corpo para cima abandonando os pés ao ar, num golpe funesto e perigoso, com mínima visão de jogo, porque de costas. Nestas condições o jogador se alavanca num salto mortal e tenta chutar a bola. Leônidas da Silva, negro, foi o brasileiro que em 1938, numa copa do mundo, parece ter inventado a linda acrobacia.

    E paulo fez uma alusão aos 300 de esparta.

    Muito bom. clap clap clap clap!

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  29. (msn, manhã de 30 de junho)

    Laio diz:
    eu sei
    o texto mais inútil q paulo já escreveu
    Juliano diz:
    é não.
    o texto é bom.
    Laio diz:
    e por ser inútil rendeu mais comentários
    [...]

    Laio diz:
    pq um monte de gente ficou caindo nas brincadeiras sacanas dele (de Paulo)
    eu mesmo nunca comentei
    pq seria inútil
    ninguém ia entender mesmo
    aí ele ia fazer outra piada
    e a idéia se perderia no vão das gargalhadas
    Juliano diz:
    o texto é bom
    Laio diz:
    foi eu quem disse a ele mesmo q ele era o próprio monteiro lobato
    e q ele não entende de arte
    entende de apreciação
    em fim... inútil.
    arte é conceito relativo
    ou seja
    inexistente
    real só pra quem quer, o tal do deus persa
    real pra quem quer

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  30. (continuação)

    Laio diz:
    comentar o texto dele é contribuir com ele pra fazer o resto de bobo
    o q é legal
    mas não sobre esse assunto
    pq é minha defesa de mestrado
    Juliano diz:
    eu comentei sobre outra coisa. Ele falou que leônidas inventou a bicicleta, e ficou com duplo sentido. Ele não explicou que era o leônidas jogador de futebol... rsrs
    Aí eu sacaneei: "acho que quem inventou a bicicleta foram os gregos ou os egípcios!"
    ele respondeu à altura, com humor e inteligência.
    e eu respondi a resposta com erudição.
    Laio diz:
    rsrsrsrsrsrsrs
    Juliano diz:
    vou te sacanear agora, vou colar nossa conversa lá!

    [...]
    Laio diz:
    rsrsrsrsrsrs
    c vai acabar contribuindo do msm jeito
    Juliano diz:
    vai dar ibope.

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  31. Po, Julião, não explique a piada, faça outra. :P
    ...
    Por isso que "eu tenho alguns problemas com Laio"[2]. Eu só respondi com piada a quem concordou comigo. Laís, Cabelo e Micaela discordaram e eu respondi de boa, pode ver lá em cima... Se parecer engraçado não é por ofensa ou pra desviar a atenção. Mas preferi rir com Julião desta vez.

    Quase todo conceito pra mim é relativo. Por isso são discutidos...

    Ah, por sinal, alguém já pensou na relação de dependência entre arte, fé e amor? Razão e intuição. Technos.

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  32. huahuahuahauahuahu

    Realmente julião !!!!!!!
    ele ficou tenso rsrsrsrsrsrs

    Companheiro de viagem, não encare essa conversa de MSN como algo ofensivo, pois não é. Tava explicando a julião, à minha maneira, sobre o porque de não ter gostado do texto. Um monte de gente sempre vai cair em algumas pegadinhas, principalmente quando se fala em vanguarda, contemporaneidade, onde, o passado pode ser futuro, onde tudo pode ser o nada. Ou seja: onde se pode escrever um texto falando mal dos exageiros, exagerando um pouco num ponto de vista de um apreciador que "gosta" de alguns aspectos em determinado objeto exposto (vulgarmente chamado de objeto de arte).

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  33. Essa é a principal razão de não ter gostado do texto. Você foi relativista e muitos não perceberam e mesmo os que perceberam, acabaram escrevendo algumas coisas engraçadas, distorcidas. Mas o pior é que vc sabe disso, o que faz do seu texto algo bom, pois faz de vc o tal do deus persa, e os outros q comentaram, ficam na posição de alguns confusos crentes ou descrentes, para vc escritor um belo trabalho. Para mim q não tenho os padrões de análise sobre objetos expostos, semelhantes aos outros que comentaram, o texto é inútil.

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  34. Inútil é o mesmo que imprestável, desnecessário, algo que não adianta, que não tem valor. Por isso que eu digo, como piada-corolário sobre a inutilidade de alguma coisa: relógio que atrasa, não adianta. E parece ser, ao mesmo tempo, uma reflexão muito profunda, e séria, sobre a natureza do tempo.

    Relógio que atrasa, não adianta.

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  35. Fui jogar totó e perdi a resposta. Dei risada com Julião, dessa vez pessoalmente, dessas coisas eruditas.

    De qualquer forma, eu concordo com isso:

    http://3.bp.blogspot.com/_VGsreexPmwc/TAgYxhcGnSI/AAAAAAAAA7g/DEG9pXb1qs4/s1600/04.jpg

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  36. Um texto excelente! Eu já havia pensado a respeito sobre tudo isso, principalmente em relação à literatura. Muitas vezes, por intuição. Quanto à música, há boas pesquisas que indicam que o cérebro humano é programado para apreciar "naturalmente" a boa música. Isso explica por que não gostamos de algumas, como ocorreu a Paulo com as "premiadas".

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  37. Milton, poderia nos indicar essas pesquisas sobre o cérebro ser programado para a boa música?

    Fiquei curioso. Adianto: sobretudo porque não me vem nada à cabeça quando penso em "boa música".

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  38. Certamente. Vou rebuscar minhas leituras.

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